Gabriel Scapinelli
e Otávio Monteiro
Gabriel Scapinelli (São Paulo, 1983) vive e trabalha em Campinas, São Paulo. Em 2003 Gabriel Scapinelli muda-se de São Paulo a Florianópolis, onde gradua-se em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e obtém licenciatura em Artes Visuais, pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). No litoral sul catarinense, trabalhou em dois projetos: o Xilocoletivo, realizado por um grupo de arquitetos e voltado ao ofício da marcenaria, e o Grupo Fora, dedicado a pensar a arte no espaço público. Os dois trabalhos se entrelaçam e culminam na mostra Bicho banco, de 2013, contemplada no Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – Atos Visuais Funarte Brasília –, em que se formam, ao mesmo tempo, uma marcenaria artística e um ateliê de artes voltado às transformações do espaço.
Em 2016, muda-se para Belo Horizonte onde desenvolve pesquisa de mestrado/homenagem à música “Refazenda”, de Gilberto Gil, , pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A dissertação se dá como um processo de composição de paisagens narrativas que carregam pensamentos ecosóficos, entre eles certos terrários – trabalho de autoria do Grupo Fora, exposto no Museu Mineiro, no contexto da mostra Arte para uma cidade sensível (Belo Horizonte, 2017). Em 2018, retoma o seu ofício como marceneiro, desta vez em Campinas, São Paulo, onde abre a Tavolino, um ateliê de marcenaria artesanal. Atua, de forma esporádica, como professor de jardinagem para o ensino fundamental da Escola da Maré, na cidade do interior paulista Cotia, ou como artista em mostras e ações, entre elas Jardinaliades (Sesc Dom Pedro, Campinas, 2019) e Onde estão os outros (Subsolo – Laboratório de Arte, Campinas, 2019).
Atualmente, Gabriel Scapinelli pensa processos de engajamento coletivo para o desenvolvimento do saber fazer, da arte como espaço de transformações sociais, de esculturas sociais.
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Otávio Arcanjo Monteiro (Poços de Caldas, Minas Gerais, 1992) vive e trabalha em Campinas, São Paulo. Formado em Design pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (2017) e pela Cambridge School of Art (2014/15, Inglaterra), Otávio Monteiro atualmente cursa mestrado no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Tecnologia e Cidade da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp (2020-). A atuação do artista se dá na interface entre arte, arquitetura e design, com a proposta de aumentar a capacidade imaginativa dessas disciplinas por meio de projetos públicos e colaborativos. Participou da exposição coletiva Curto Circuito: Conexões Imprevistas - 4e25, Editora e Piolho Nababo (Sesc Palladium, Belo Horizonte, 2016); da instalação pública BANCA, em Belo Horizonte (2016/18); e Reproduções (Instituto Pavão Cultural, Campinas, 2019), com a obra Mimeógrafo: Ep.01, realizada em colaboração com o artista Gabriel Scapinelli. Em 2015, realizou a instalação In Outside, At Press na Ruskin Gallery, (Cambridge), trabalho pelo qual recebeu o prêmio Sustainability Art Prize, promovido pela galeria inglesa. Em 2016, em parceria com Vinícius Arcanjo, desenvolveu a exposição Livro expandido: espaço público no Paço das Águas de Poços de Caldas.
Ainda, entre 2012 e 2014, Otávio Arcanjo atuou como arte-educador na coordenação do projeto Descentralizando o Acesso, desenvolvido pelo Instituto Inhotim, em Brumadinho (Minas Gerais), foi coeditor de livros de artistas e na casa inglesa At Press (2015), em Cambridge, e na editora brasileira Piolho Nabado (2016). Como produtor artístico, destaca-se sua passagem pelo Palácio das Artes de Belo Horizonte no ano de 2017.
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Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro sugerem a construção de um imaginário para um projeto público e coletivo. Desenvolvido especialmente para a Mostra, este projeto é a construção de um forno público: proposta de escultura social que ativa as relações entre os indivíduos e opera uma equação socioambiental em aberto, não resolvida, que somente pode ser solucionada a muitas mãos, coletivamente. Pretende-se, assim, criar um espaço comum dedicado aos encontros, com interesse voltado para e na busca constante de conexão entre arte e resistência compartilhada, entre conhecimento sensível e vida cotidiana: a poética do fazer como ação de delicadeza extraordinária em “tempos de grossura” (O termo foi cunhado por Lina Bo Bardi, em seu livro Tempos de grossura: o design no impasse, de 1994, escrito após a passagem da arquiteta pelo Nordeste brasileiro, volume em que escreveu sobre o impasse da arquitetura e do design no Brasil).