Nascido no Rio de Janeiro, RJ, 1955. Vive e trabalha na mesma cidade.
Eduardo Coimbra é graduado em Engenharia Elétrica pela PUC- Rio e cursou pós-graduação em
História da Arte e Arquitetura no Brasil na mesma instituição. Seus trabalhos revelam
manipulação de variados materiais e as temáticas com que lida abrangem propostas tanto
para a escala de interiores, como ambientes domésticos e salas de exposições, quanto projetos
para o espaço público, parques e praças. Possui trabalhos em importantes coleções
particulares no Brasil e no exterior, e em instituições como Museu de Arte Moderna e Museu
do Açude no Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea do Paraná e Pinacoteca do Estado
de São Paulo. Realizou exposições individuais e participou de coletivas em diversas instituições
e galerias no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Áustria e Argentina.
A instalação “Parque”, criação do artista para a 8° Mostra 3M de Arte, prevê a criação de um
espaço de lazer para uso comunitário dos frequentadores e passantes do Largo da Batata, um
local de intensa circulação de pessoas, com uma grande extensão de piso em pedra e
concreto. Na obra, um plano de grama é um símbolo da paisagem natural domesticada. É um
elemento vivo que oferece conforto tátil e térmico, sendo suporte para brincadeiras,
exercícios físicos, piqueniques e repouso. A criação de Coimbra proporciona uma experiência
aos usuários que suaviza a sensação de aridez do solo urbano construído e oferece ao público
o contato com um gramado visualmente infinito instalado sobre o piso da praça.
O projeto ocupa uma área de 80 m² com a construção de um ambiente imersivo de 60 cm de
altura, com paredes internas cobertas de espelhos, e o piso coberto com grama sintética. Os
limites externos da construção são definidos por duas linhas de degraus em toda sua volta,
que dão acesso ao espaço interior. A visão ilusória do plano infinito e da materialidade da
grama se sobrepõe à realidade concreta da praça. Desta forma, o visitante é convidado a
entrar no campo gramado e ali usufruir o ambiente infinito deste “parque”. Para o passante
externo, o plano verde infinito parece atravessar o espaço da praça – sobre, dentro ou sob o
nível do chão. Há uma superposição de paisagens que confunde a visão dos espectadores.
“Parque” expõe duas realidades, o espaço construído e o imaginado, que apresentam seus
extremos entre natureza e artifício. A construção dessas realidades, e o uso que fazemos dos
espaços a elas associados, é o nosso sentimento de pertencer ao mundo – um misto de
percepção, racionalidade e desejo.
Estela Sokol
QUEM É ESTELA SOKOL?
Nasceu em 1979, em São Paulo, cidade onde vive e trabalha.
Por meio da combinação de materiais relativamente antagônicos, ou seja, o que significa o
contrário, adverso, incompatível, contraditório, divergente, rival. A artista desenvolve
abrangente pesquisa sobre a cor, a luz e sua presença no espaço, trabalhos que se apresentam
muitas vezes como pintura ou escultura.
Um muro branco de 12 metros de comprimento e um pequeno triângulo, ambos de concreto,
são justapostos em “Contraforte”, trabalho que a artista apresenta nesta edição da Mostra 3M
de Arte. Com nome emprestado do vocabulário da arquitetura e combinando com seu
significado, a obra se constrói por aquilo que se faz apenas estruturalmente necessário - duas
formas que, juntas, se mantém em pé - e propõem diálogo com a praça pelo mínimo, pelo que
pode haver de silencioso ali, espelhando medidas e faturas de outras formas e objetos
vizinhos, indicando semelhanças e repetições de eixos e presenças.
No entanto, diferente dos contrafortes da história, o que este protege é uma pequena
superfície triangular pintada de amarelo luminoso, uma ideia de cor-luz, que revelará
diferentes nuances de acordo com os deslocamento do sol e do espectador. Em diálogo aberto
com a cidade, o trabalho assim como um muro, estão silenciosamente sujeitos a intervenções
que possam se dar durante sua estada no local.
Marcos Muzi e Rafael Cotait
QUEM SÃO MARCOS MUZI E RAFAEL COTAIT?
MARCOS MUZI nasceu em Piracicaba, SP, 1966. Vive e trabalha em São Paulo.
Fotógrafo profissional. Dedica-se a ilusões óticas e estereoscopia há várias décadas. Muzi
conquistou avanços no contexto da estereografia, ou seja, a representação de objetos
tridimensionais em um plano e da ilusão ótica. Atuou como fotojornalista em diversas
publicações de prestígio e fundou a empresa Fator Z, dedicada exclusivamente a projetos
relacionados à estereografia 3D e realidade virtual.
RAFAEL COTAIT nasceu em Curitiba, PR, 1982. Vive e trabalha em Curitiba
Designer gráfico (UFPR, 2007), pesquisa e desenvolve ilusões óticas, já realizou ensaios e
exposições com técnicas inusitadas de geração de imagens 3D. Trabalha também com
produção de vídeo 360° e projeção mapeada.
Com “Miração”, os artistas Muzi e Cotait convidam o público a repensar o olhar sobre a
sociedade (o coletivo), o outro (compartilhado com outra pessoa) e nós mesmos (individual)
por meio de uma instalação em três pilares. “O projeto pretende estimular uma reflexão sobre
a auto-imagemautoimagem, essa busca por selfies, que pode esconder ao invés de revelar.”,
analisa Muzi. A dupla atua em parceria há quase uma década criando obras de interatividade
com elementos de ilusão ótica, estereoscopia (imagens tridimensionais) e anamorfose
(imagens distorcidas vistas a partir de um ângulo ou reflexos em espelhos que se
reconstituem).
Em MIRA-NOS, símbolos, imagens e informações transformam-se, fundem-se e modificam-se
quando observados a partir de pontos de vista diferentes. Os “caleidoscubos” (cubos de
acrílico, elementos de imagem e lâmpadas de LED led vistos a partir de espelhos) entregam
sensações ao observador de acordo com seu movimento. Aqui, a compreensão do coletivo dá-
se de forma individual, pois cada ponto de vista, cada luz específica, traz uma informação
diferente.
Já em MIRO-TE, o observador é estimulado a olhar-se no espelho e a resposta é uma surpresa.
Como experiência individual, MIRO-ME é um periscópio composto de quatro espelhos no qual
o espectador observar-se em um espelho, mas sua imagem refletida não é a esperada. “O
ganho dessa experiência está na surpresa, no inesperado, no susto”, avalia o artista.
Raquel Kogan
É RAQUEL KOGAN?
Nascida em São Paulo, vive e trabalha na mesma cidade. Formada em arquitetura pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1978.
Raquel Kogan utiliza reflexões em vidros, espelhos e água, em instalações com séries
numéricas infinitas e multiplicações imagéticas e sonoras que se articulam para formular um
novo espaço gerador de distintas leituras na interação com o público. Em suma, investiga os
meios digitais e seus mecanismos de interação entre sensações e o espaço tridimensional
interior e urbano.
Artista multimídia, gravadora, pintora. Realiza principalmente instalações, em que o
espectador é levado a reagir aos estímulos gerados por seus objetos e vídeos.
Expõe pinturas e gravuras em coletivas de diversos países, bem como vídeos – como, por
exemplo, o intitulado bmg 8970, exposto no Rencontre Internationales Paris/Berlin, em Paris.
Já participou de diversas exposições realizadas em célebres instituições, como o Espaço
Cultural da Capela do Morumbi (São Paulo), o Itaú Cultural (São Paulo), o Centro Cultural
Banco do Nordeste (Fortaleza), o OI Futuro (Rio de Janeiro), além da XX Bienal Internacional de
Curitiba. Além disso, recebeu prêmios como o Transmídia Itaú Cultural, o Rumos Cibernética
(2007), da Funarte São Paulo (2011), o Rumos Cinema (2013).
Premiada no Transmídia Itaú Cultural 2002.
Raquel Kogan integra em seu trabalho para a 8° Mostra 3M de Arte os múltiplos usos e
sonoridades do Largo da Batata para criar “Falante”, uma instalação interativa sonora com o
espaço público por meio de um grande telefone sem fio. Feito de tubos de aço, a obra não só
transmite som de uma extremidade à outra, mas também o amplifica através de megafones a
todos que estiverem passando por perto. "Falante é uma obra quieta e muda que só funciona
se alguém falar com ela, propagando esta onda sonora tanto pelos canos como ao espaço
público pelos megafones. A obra ganha significado a partir da interação do público com ela",
conta Raquel.
Regina Parra
A ARTISTA SELECIONADA PELO CURADOR BERNARDO MOSQUEIRA (RIO DE JANEIRO, 1988)
ENTRE 67 INSCRITOS FOI REGINA PARRA.
REGINA PARRA, nascida em São Paulo, em 1981, onde vive e trabalha.
Mestre em Teoria e Crítica da Arte pela Faculdade Santa Marcelina e bacharel em Artes Visuais
pela Faap- SP.
Nos últimos anos, realizou exposições individuais na Galeria Millan (SP), Pivô (SP), Centro
Cultural São Paulo, Galeria Leme (SP), Fundação Joaquim Nabuco (PE) e Paço das Artes (SP).
Entre as coletivas, destacam-se as internacionais Sights and Sounds, com curadoria de Luiza
Proença e Jens Hoffmann, no The Jewish Museum, Nova York; FUSO – Festival Internacional de
Videoarte, curadoria de Lisette Lagnado, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa; Say the Same
Thing, curadoria de Giovanna Bragaglia e Miwa Negoro, OnCurating Project Space, Zurique;
CPR Film Festival Argentina, curadoria de Tainá Azeredo, Buenos Aires.
Com uma mensagem de resistência que se evidencia na escuridão, a artista assina a obra “É
Preciso Continuar”, baseada no livro de Samuel Beckett “O Inominável”. O projeto é
constituído por um letreiro luminoso colorido de grandes dimensões que manifesta a ideia da
artista de que “se entendermos que a sociedade é construída e imaginada, também podemos
acreditar que ela pode ser reconstruída e reimaginada”.
O Grupo Inteiro
QUEM É O GRUPO INTEIRO?
Composto por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor Cesar, reúne diferentes
formações e práticas – nos campos da arquitetura, design, arte, comunicação, aprendizagem e
tecnologia – que convergem, estabelecem correspondências e expandem-se.
Realizam pesquisas, agenciamentos, projetos espaciais, gráficos e tecnológicos em diversas
escalas, ativando múltiplos modos de convivência.
CAROL TONETTI nasceu em São Paulo, SP, 1974. Vive e trabalha na mesma cidade.
Arquiteta, mestre em Projeto, Espaço e Cultura pela FAU-USP e doutoranda no mesmo
programa. É professora na Escola da Cidade desde 2004, onde coordena a sequência de
disciplinas voltadas aos meios de expressão e desenho.
CLÁUDIO BUENO nasceu em São Paulo, SP, 1983. Vive e trabalha na mesma cidade.
É artista visual e pesquisador, doutor em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo (USP),
2015
LIGIA NOBRE nasceu em São Paulo, SP, 1973. Vive e trabalha na mesma cidade.
Pesquisadora e curadora, opera nos cruzamentos entre arte, design e arquitetura.
Mestre em Histories and Theories pela Architectural Association School of Architecture
(Londres) e doutoranda em Estética e História da Arte na USP.
VITOR CESAR nasceu em Fortaleza, Ceará, 1978. Vive e trabalha em São Paulo.
Estudou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Ceará e realizou mestrado em
Artes Visuais na ECA/USP, com pesquisa sobre noções de espaço público em práticas artísticas.
Uma instalação composta por uma fonte de água constitui o projeto “Metro Cúbico” d´O
Grupo Inteiro, que busca manter diálogos públicos através de suas proposições estético-
políticas. A obra criada para a Mostra 3M de Arte é uma forma de resgatar a disponibilidade da
água como bem público, enquanto revela uma espécie de contradição da água como
commodityie, como ideia de mercadoria, um bem e como especulação e fator que influência
em decisões políticas. Assim, debate a importância da água como assunto político na cidade,
abordando oferta versus escassez, mercadoria versus bem público.
“Metro Cúbico” reflete sobre a condição histórica de ter água acessível em praça pública.
Abastecido por caminhão pipa (serão utilizados cerca de 2 mil litros a cada cinco dias de
exposição), o projeto, que propõe ainda um ponto de convivência social, com seu entorno que
possibilita se sentar-se ou fazer manobras de skate, também inspira a relação da interação
social com os monumentos (a instalação atinge 3,5 metros de altura em seu ponto mais alto),
o imaginário político e estético da cidade e a memória afetiva social.