A apropriação na arte – tema central desta exposição – é uma constante e atravessa
todos os tempos, desde a Antiguidade até nossos dias. No entanto, artistas
contemporâneos vêm desenvolvendo novas estratégias apropriacionistas, tornando
esta prática uma das mais destacadas na arte contemporânea. A abordagem da
revisitação, adotada pelos vinte e dois artistas aqui reunidos, atualiza e inscreve antigos
imaginários na nossa realidade atual, criando novas estéticas e políticas de
representação, tanto de forma irônica, crítica ou transgressora, como poética e
conceitual.
WhatsAppropriation se articula em torno de dois eixos curatoriais principais. O primeiro
se centra na prática da citação e transmigração das imagens e de seus imaginários, que
estabelecem pontes temporais entre as representações provenientes de pinturas dos
séculos XV até XX e as atuais imagens técnicas e digitais dos suportes audiovisuais,
fotográficos e de Internet das obras aqui expostas. O segundo eixo consiste na
articulação performática: por um lado, cenas pictóricas servem de inspiração para
narrativas audiovisuais, que dão vida às imagens; e, por outro, plataformas sociais
online levam ações reais ao universo do simulacro virtual.
As trinta e duas obras de artistas brasileiros e de outros treze países estão agrupadas
em sete núcleos temáticos, que correspondem às questões de maior relevância no
contexto sociocultural da criação contemporânea, vinculadas às políticas de
representação.
Título e lugar da exposição seguem também a lógica apropriacionista: o título articula a
noção fundamental da partilha; e este espaço da antiga fábrica permite uma integração
específica da estrutura no próprio conceito curatorial.
Curadora