A 12ª Mostra 3M de Arte propõe um jogo de infiltrações no Parque Augusta, em São Paulo, acionando a um só tempo um processo de absorção e decolagem do cotidiano. É a esse processo que o neologismo Infiltragem se refere.

A mostra contamina o espaço com obras que entendem esse lugar (o Parque Augusta) como território de lazer, de pausa, mas também como ponto de passagem, interrupção e conexão com a cidade.

Pautada pela cultura urbana contemporânea, Infiltragem percebe o espaço público como espaço permeado por lugares provisórios, de encontro e fragmentação, nos quais convivem e se chocam o programado, o repetitivo e o contínuo com o inusitado, o desarticulado e o intermitente.

Os artistas convidados e selecionados via edital tensionam essas questões, tomando-as como vetores de sua criação. A esse grupo, soma-se a importante função do design nesta edição da Mostra 3M: mais do que estabelecer uma sinalização, os designers de Infiltragem operam como decodificadores dos inputs que são dados pelas obras no Parque Augusta e seus arredores.

No horizonte desse imaginário em movimento, que fabulações são possíveis? Como pensar obras que transcendam a necessidade de contemplação, enroscando-se na vida da cidade, aderindo a um dos lugares mais emblemáticos das reivindicações atuais do ativismo urbano – o Parque Augusta –, criando canais por onde a arte seja capaz de vazar, para além dos circuitos institucionais e do mercado?

Infiltragem é uma possível resposta a essas perguntas.